Filmes do mês – Fevereiro

O Lobo Atrás da Porta

Uma menina é levada de sua escola por uma mulher que disse ser uma conhecida, mas agora ninguém sabe do paradeiro da criança. Durante os depoimentos dos pais na delegacia, uma história de mentiras, traição e mistério começa a desenrolar. Se eu contar mais que isso posso estragar alumas surpresas. Não achei apenas um dos melhores filmes nacionais que vi ultimamente, é um dos melhores, ponto. Leandra Leal é simplesmente genial, se transformando ao longo do filme, e o elenco como um todo também merece aplausos. Esse é pra quem ainda acha, por ignorância, que filme brasileiro não presta.

O Abutre (Nightcrawler)

Uma das maiores injustiças do Oscar desse ano foi a não indicação de Jake Gyllenhaal a melhor ator por esse filme onde interpreta um homem em busca do sucesso profissional em Los Angeles que acaba se envolvendo com o jornalismo sensacionalista que cobre crimes e acidentes na madrugada da cidade. Com um olhar de uma intensidade de dar medo, até nos diálogos onde procura passar uma imagem cordial, ele consegue passar toda a determinação e loucura do personagem sem parecer exagerado. Além disso o filme em si é ótimo! Uma história que prende sua atenção com roteiro e direção impecáveis. Sem dúvida um dos melhores do ano.

Birdman

Pelo segundo ano consecutivo meu filme favorito do Oscar é de um diretor mexicano, e assim como Gravidade ano passado, Birdman impressiona pela parte técnica, sem deixar de emocionar com a história. Ganhador das estatuetas de melhor filme, direção, roteiro original e fotografia, conta a história de um ator conhecido por interpretar um super-herói no passado que resolve adaptar, dirigir e estrelar uma peça na Broadway para recuperar o prestígio perdido. Nisso ele tem que lidar com sua filha depressiva, atores complicados, a crítica e o produtor preocupado com a bilheteria. Trilha sonora, edição, fotografia, direção, elenco… tudo é digno de aplausos. Entrou na lista dos meus favoritos de todos os tempos.

Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight)

Não só é o melhor filme de super-herói já feito, é um dos melhores filmes, ponto (está em 4º lugar no top 250 do IMDb). Continuando sua luta contra o crime em Gotham, Batman agora enfrenta o Coringa (Heath Ledger inesquecível e incomparável) e o caos que ele provoca na cidade apenas por que gosta de ver o circo pegando fogo. É complexo, pesado, excitante e divertido na medida certa. Daqueles filmes que melhoram a cada assistida.

Volver

Volver fecha com chave de ouro a maratona Almodóvar que comecei mês passado. Como sempre difícil de resumir em poucas palavras, aqui temos a história de Raimunda, sua filha e sua irmã que vivem em Madri, e que ainda sofre pela perda de seus pais em um incêndio no vilarejo onde viviam. Melodrama e comédia se misturam tão perfeitamente que faz a gente se emocionar com um peido (sim, você leu isso mesmo). Penélope Cruz nunca esteve tão bem como nesse filme, e foi merecidamente indicada ao Oscar de melhor atriz.

Sem Escalas (Non-Stop)

Durante um vôo entre Nova York e Londres, um policial (Liam Neeson sempre bom, mas começando a se repetir) começa a receber mensagens de texto de um estranho exigindo que 150 milhões de dólares sejam transferidos para uma conta, caso contrário ele matará um passageiro a cada 20 minutos. O filme é tenso e a história é bem desenvolvida, mas o final me incomodou um pouco pelo exagero (daqueles que você diz: ô mentira!). Mas no geral é um bom filme, e tem Julianne Moore no elenco, o que já faz valer uma conferida.

Platoon

Charlie Sheen (antes de toda a loucura) é um estudante que se alista no exército americano e é convocado para lutar na guerra do Vietnam. Lá ele vê que a realidade da guerra é bem diferente da idealizada por ele, e fica no meio de uma disputa de poder entre seus dois superiores. O filme mostra uma visão mais realista da guerra, focando nas dificuldades e nos horrores praticados por ambos os lados do conflito. Platoon é um clássico do cinema, levou 4 Oscars, e é imperdível pra quem gosta de filmes de guerra.

A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)

Indicado a 5 Oscars e vencedor na categoria de melhor ator, o filme conta a história do físico Stephen Hawking desde o encontro com Jane, por quem iria se apaixonar, e o surgimento dos primeiros sintomas da esclerose lateral amiotrófica. A atuação de Eddie Redmayne é maravilhosa, e a história do filme é emocionante, mostrando as dificuldades de um casamento atingido por uma doença tão cruel coma a ELA, mas eu pessoalmente gostaria de ter visto com mais profundidade o desenvolvimento das teorias de Hawking. É um ótimo filme, mas um pouco parecido com outros antes dele.

Caminhos da Floresta (Into the Woods)

Cinderela, Rapunzel, Chapeuzinho Vermelho e João e o Pé de Feijão se misturam nesse filme baseado num musical da Broadway onde um casal precisa pegar 4 objetos para que uma bruxa quebre uma maldição que foi jogada sob sua família. O elenco é muito bom, e tem Merryl Streep cantando, o que já vale o ingresso. Gostei das músicas, mas aviso logo: é muita cantoria. Se não gosta de musicais, passe longe.

O Jogo da Imitação (The Imitation Game)

Mais um indicado a vários Oscars baseado na vida real de um cientista, mas as semelhanças param por aqui. Aqui vemos a história do matemático Alan Turing, que durante a Segunda Guerra Mundial construiu uma máquina capaz de quebrar o código nazista. Benedict Cumberbatch é genial e consegue mostrar de maneira sutil seu conflito interno por ser gay numa Inglaterra onde a homossexualidade era crime. Recomendo!

Spring Breakers: Garotas Perigosas (Spring Breakers)

Tenho que admitir: esperava muito mais desse filme. Quatro meninas resolvem assaltar um restaurante pra conseguir dinheiro para o spring break. Durante o feriado, se envolvem com o rapper e traficante Alien (James Franco, a melhor coisa do filme). O filme não é exatamente ruim, mas apesar do clima de festa, bebidas, drogas e sexo, chega a ser monótono em certos pontos, com uma narração que vai se repetindo durante todo o filme. Vale pela atuação de Franco.

Harry Potter e a Pedra Filosofal (Harry Potter and the Sorcerer’s Stone)

Tenho uma amiga que nunca viu nenhum dos filmes da série. Esse ano finalmente consegui convencê-la a começar a ver todos e, para a surpresa de ninguém, ela amou! Caso ainda exista quem não conhece a história, Harry Potter é um órfão que vive com os tios e ao completar 11 anos recebe a visita de um gigante e descobre ser um mago. Esse primeiro filme é o mais infantil da série, e nem se compara com a qualidade dos seguintes, mas é uma ótima iniciação a esse universo criado pela genial J.K. Rowland.

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)

Indicado a 9 Oscars e ganhador de 4, esse é, depois de Birdman, o meu favorito do ano. O filme conta a história do concierge de um luxuoso hotel que é acusado de matar uma de suas hóspedes para ficar com sua fortuna. Como toda a filmografia do diretor Wes Anderson, o filme tem um visual único e lindíssimo, e tem um humor que vai do inocente ao negro, sem perder a graça. O elenco é maravilhoso e cheio de estrelas. Vi pela segunda vez e achei ainda melhor que da primeira. Imperdível.

Virunga

Mais um indicado ao Oscar, dessa vez a melhor longa documentário, Virunga mostra o trabalho dos guardas florestais que protegem os últimos gorilas da montanha no Congo, sofrendo ameaças de um grupo rebelde e de uma empresa petrolífera que pretende explorar a suposta reserva que se encontra no parque do título. O filme pode até parecer um documentário estilo Discovery Channel, mas é muito mais que isso. É ao mesmo tempo instrutivo, revoltante e emocionante. Disponível na Netflix.

Azul é a Cor Mais Quente (La Vie D’Adèle)

Adèle é uma adolescente que se apaixona por Emma, uma artista um pouco mais velha e mais experiente. O filme acompanha o relacionamento por vários anos, com todos os altos e baixos. Sim, há cenas de sexo explícito, mas em nenhum momento parecem forçadas ou algo para criar polêmica. É um dos filmes mais lindos e com uma das melhores atuações que vi nos últimos anos. Uma certa cena de uma grande discussão entre o casal é de cortar o coração de tão verdadeira e dolorosa. É daqueles filmes que ficam com você. Inesquecível e obrigatório.

Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador (What’s Eating Gilbert Grape)

Johnny Depp é Gilbert, o mais velho de quatro irmãos que vivem com a mãe, que sofre de obesidade mórbida, e tem que lidar com a doença mental de Arnie, seu irmão mais novo. Leonardo DiCaprio está absolutamente perfeito como Arnie, e merecidamente recebeu sua primeira indicação ao Oscar pelo papel. O filme é leve, mesmo lidando com temas complicados, e tem um elenco de primeira. Ótimo pra uma sessão da tarde.

Sniper Americano (American Sniper)

Confesso que fui ver esse filme achando que não ia gostar. Sou fã do Clint Eastwood, mas fiquei com medo dele ter exagerado na exaltação da guerra e no ufanismo americano. Ainda bem que eu estava errado! O filme é muito bom, e mostra os conflitos e as consequências da guerra de uma forma bem humana. Bradley Cooper está muito bem, e algo me diz que está cada vez mais perto de seu primeiro Oscar. A cena do confronto final durante uma tempestade de areia é uma das melhores sequências de ação do ano.

A Espada era a Lei (The Sword in the Stone)

O jovem Artur encontra o atrapalhado mago Merlin que decide o educar pois acredita que ele terá um grande futuro. Essa animação de 1963 não está entre os melhores clássicos da Disney. Ele é uma versão bem infantil da lenda do Rei Artur, com uma animação simples, talvez por isso não me agradou muito. Não é um filme ruim, mas não tem nada de excepcional. O ponto alto é a vilã Madame Mim e a batalha que ela trava com Merlin. É um filme para crianças.

A seguir minhas escolhas dos melhores do mês, sem ordem específica:

Batman – O Cavaleiro das Trevas

Birdman

Azul é a Cor Mais Quente

O Grande Hotel Budapeste

O Lobo Atrás da Porta

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